É fácil dizer que gosta de alguém. Fácil dizer que ama, que se sente bem ao lado, que gosta da companhia. É fácil ser clichê nos dias de hoje. Fácil sentar ao lado, fazer carinho, dar conselhos e se dizer bom amigo. Ser superficial nos sentimentos é fácil.
Mas tem coisas que são difíceis. Não entra no caso o fato "valer a pena ou não", mas sempre tem aquilo que nos torce o corpo, arrepia a alma, dói o coração. Porque não sei você, mas quando eu gosto de alguém, parece que meu corpo todo dói. É tão vago e tão comum dizer isso que até me enoja, mas é a verdade estampada e crua. Não só nas trocas de olhares, na respiração perto e cheia, na pele que toca e nos faz suspirar. Nos sonhos. Se apaixonar por alguém é um tanto difícil, quem dirá amar?
Os sentimentos no geral não são fáceis. A gente torce e espera por achar alguém legal, aceitável, okei, vamos apresentar para a família e todos vão gostar. Quando gostamos de alguém e alguém gosta da gente então, o peso duplica. Triplica. E nós, que sempre buscamos por alguém que nos faça bem e feliz, no fim encontramos nossa felicidade em outra pessoa totalmente diferente. Totalmente o oposto, o que destoa, o errado, o que ninguém gosta, o que não vai nos fazer bem, o que não presta e o que não sente o mesmo.
Droga de vida!
O que é a vida, afinal, senão um ciclo de sofrer e fazer as pessoas sofrerem?
Pena que não escolhemos.
Pelo menos é bom pensar-e-saber que ainda sou capaz de sentir algo. Que algo ainda me toca, nem que seja lá no fundo; que me dá vontade de gostar de novo, de ser alguém sensível de novo, de amar. Não amar no sentido universal, mas aquele amor que nos faz chorar na mesma proporção que nos faz sorrir. Se apaixonar por alguém é um saco, eu sei - não importa se a pessoa mora em São Paulo ou em Marte, se ela sente o mesmo ou apenas te considera amiga ou um nada, se ela vai ser alguém no futuro ou é mais uma pessoa sem importância para o universo. A verdade é que gostar de alguém não tem motivo, hora, minuto, segundo, preparação. Gostar de alguém é gostar e só.
E que bom que eu ainda consigo escrever sobre isso.